A psicologia positiva é um movimento científico dentro da psicologia que estuda o bem-estar e a felicidade. Na parte clínica, segundo Daniela Liu, psicóloga da Humana Mundi, não vê clientes apenas como almas feridas, corpos fatigados e espíritos indiferentes. Ela avalia, valoriza e amplia o que é bom para a pessoa – sem minimizar seu sofrimento – e usa as forças pessoais como direcionadora para a cura.
A psicologia positiva possui cinco pilares: emoções positivas, engajamento (atos intencionais), relacionamentos, sentido e realização. Já a força pessoal é uma característica psicológica que pode ser observada sob diferentes circunstâncias e que, quando em ação, favorece bons resultados.
“A educação emocional positiva quanto mais conhecida e praticada pelos pais e educadores mais possibilita o empoderamento de crianças e adolescentes. Para que melhore o caráter é necessário que ela identifique suas forças e as pratique repetidamente, percebendo os avanços e refinando suas capacidades e habilidades criando assim o que chamamos de espiral ascendente”, diz Liu.
Ao utilizar as forças pessoais através das ações, a criança tem um senso de autenticidade, como explica a especialista: Este sou eu, Eu consegui! (de forma totalmente genuína e facilitada, pois utilizou algo da sua natureza própria/forças de assinatura). Ocorrendo assim o crescimento do Self (Eu), expansão dos recursos cognitivos, sociais e emocionais.
“Conhecer, nutrir e desenvolver as forças pessoais é um modo de fortalecer aspectos que fazem a vida feliz. A criança se torna ótima naquilo que é boa, se desenvolve de forma autêntica. Quanto mais ela fizer, melhor se tornará naquilo que suas forças representam. Ao perceber isso floresce e cresce emocionalmente de forma feliz e com bem-estar”, pontua Liu, que ainda cita:
Um exemplo de como uma situação seja simples ou complexa você pode visualizar e enaltecer na atitude que seu filho fez em relação a algo ou alguém;
Sinta e observe a situação seja um problema ou não;
Nas atitudes que seu filho apresentou quais dessas forças utilizou (mesmo sendo em um grau que VOCÊ considere em um escalonamento baixo): criatividade, curiosidade, senso crítico, gosto por aprender, perspectiva, honestidade, bravura, perseverança, entusiasmo, bondade, amor, inteligência social, imparcialidade, liderança, trabalho em equipe, perdão, humildade, prudência, autocontrole, apreciar os detalhes, gratidão, esperança, humor e espiritualidade.
Acima estão as 24 foças de caráter que, segundo a psicologia positiva, todos nós possuímos e, portanto, em um grau maior ou menor utilizamos nas situações. “Conseguir visualizar e pontuar para seu filho o que ele conseguiu utilizar na situação o ajuda a ver o quanto ele foi capaz. Não somente apontando para o que não deu certo, mas como ele utilizou suas capacidades”, ressalta Liu.
Não verificar esse olhar da educação emocional positiva é uma grande perda de ensinar para a criança as habilidades emocionais e socioemocionais de como lidar com as situações da vida de uma forma equilibrada e, mais fluida.
Como seria para você se as pessoas do seu sistema familiar ou profissional pudessem reconhecer suas atitudes baseada nas suas forças pessoais? Isso gerará muito mais engajamento para que você consiga melhorar ou aprimorar suas realizações e, consequentemente, mais e mais vezes o sentido de bem-estar predominará.
No dia a dia, Liu acredita que, devemos enaltecer primeiramente o que deu certo em uma situação, acolher os sentimentos que chegam, nomear e dar escuta e depois visualizar o que funcionou junto com a criança e adolescente. Após essa abertura, se pode verificar o que precisa ser melhorado, ampliado e aprendido.
“Acolhimento, escuta, nomeação dos sentimentos, enaltecer o que funcionou e ajustes de aprendizado para a próxima situação. Com esses passos pais e cuidadores podem proporcionar um retorno muito mais agregador e com ensinamento prático e saudável para a vida da criança e do adolescente”, finaliza Liu.
Em breve traremos mais assuntos relacionados a psicologia positiva, fique atento.