A morte talvez seja um dos assuntos mais difíceis de serem tratados, compreendidos, aceitados, não é mesmo? E se, naturalmente, o tema já é tão doloroso, imagina o sofrimento dos envolvidos quando uma vida é interrompida antes mesmo de ser iniciada?
 
Esse foi o sentimento, por exemplo, da Joana, nossa personagem de hoje que perdeu o Dante, seu bebê que estava com 32 semanas de gestação, devido à uma pré-eclâmpsia grave que quase tirou a sua própria vida.
 
“Na ocasião, eu também quase morri. Minha pressão arterial teve um pico súbito e eu estava à beira de convulsionar. E por conta da pressão não estabilizada, eu precisei fazer o parto do Dante um dia depois que o coração dele já não batia mais dentro de mim. Porém, psicologicamente, eu ainda o imaginava se mexendo na minha barriga. Fiquei internada por 7 dias no hospital e, desde então, minha vida foi inteiramente revirada”.
 
Joana conta que entrou num processo de luto profundo, com a maior perda da sua vida e, segundo ela, um tipo de luto que hoje em dia não é tão “legitimado” na nossa sociedade.
“Porque afinal de contas, eu não era viúva, nem órfã. Que luto é esse por uma pessoa que sequer tinha chegado a nascer?!”
 
O luto gestacional (quando o bebê não sobrevive à gestação) ou perinatal (quando vem à óbito logo após o nascimento) precisa realmente ser mais debatido e, claro, tratado. Já que entender é quase impossível, então, como aceitar sair do hospital sem o bebê nos braços?
 
Assim como Joana, as mães, pais e todos os familiares precisam ser acolhidos com dignidade por profissionais especializados porque não é fácil, inclusive, para as equipes de saúde lidarem com uma situação em que o nascimento de repente se torna a morte.
 
Como ajudar mulheres como Joana que passou por uma jornada intensa de autoconhecimento? E quando o luto é tardio, ou seja, quando algumas mães tentam voltar para a sua rotina, achando que esse é o melhor caminho, mas não vivenciaram o luto como deveriam?
 
É preciso revisitar as lembranças, não deixar a dor escondida, permitir o choro escorrer no banho, mergulhar na ferida. Para, então, reviver e seguir em frente.
 
Joana contou com o apoio da Humana Mundi para continuar sua vida e a melhor notícia que poderíamos ter: está grávida novamente! Ela, agora, é mãe da Liz, de 3 anos; do seu filho espiritual, o amado Dante; da sua pet Bebete; e agora, desse novo neném que irá chegar!
 
Ela é o nosso exemplo de força e resiliência!
 
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