Lidar com grandes escolhas nunca é fácil. Elas implicam ganhos e perdas. Quando chegamos aos 17 ou 18 anos é o momento de uma das maiores escolhas da nossa vida: qual profissão devemos seguir. Para alguns, esse momento é fácil, mas para outros nem tanto.
Já é difícil dar conta de tudo isso sozinho numa época de explosão de hormônios, pressão de estar chegando à vida adulta e é ainda mais difícil em 2021 que tantos outros problemas ocasionados pela pandemia mundial invadem de uma forma agressiva a vida de todos.
O sentimento de não estar pronto para decidir o rumo profissional, se sentir perdido, de lidar com essa autonomia e tantas outras dúvidas é normal. Por isso, contar com a ajuda da sua família, dos seus amigos e de orientação profissional pode ajudar muito.
A consultora de carreira e orientadora profissional da Humana Mundi, Caroline Pereira, aponta para a importância de, neste momento, o adolescente entrar em contato consigo mesmo e perceber a riqueza da caminhada, das várias escolhas que lhe serão demandadas ao longo da vida, da liberdade que advém da responsabilidade. “Encarar a escolha profissional como um trampolim para a vida adulta, tendo como desejo que essa única escolha seja responsável por seu futuro, é muita pressão além de ser uma expectativa irreal”.
Em um cenário de futuro em que se espera que o indivíduo tenha diferentes atuações profissionais ao longo da vida, mais válido, na percepção de Caroline, é se conhecer em profundidade para ter a capacidade de se adaptar a diferentes cenários do que colocar todas as expectativas na escolha de uma atuação profissional específica ao longo da vida. “Além disso, mesmo para aqueles que irão seguir uma única carreira, certamente desafios lhes serão apresentados que demandarão olhar e escuta internos, para identificação de suas potencialidades, fraquezas, interesses, valores para que possam, então, lidar com as adversidades”, alerta.
Neste processo, o indivíduo é convidado a caminhar para dentro de si e encontrar suas próprias sombras e tesouros, tendo o orientador como guia, sendo assim possível que a adolescência possa ser vivida não apenas como um período de crise, transição, adaptação e ajustamento, mas também como um período de grande descoberta, conexão e fortalecimento. “No caminho pela busca da profissão, é possível encontrar um Eu, uma essência interna, e é essa autopercepção, que continuará a ser elaborada ao longo da vida, que dará lugar ao adolescente dentro de si mesmo para que possa, então, ocupar um lugar no mundo”, finaliza Caroline.
O próximo período de vestibulares está chegando, para que o adolescente esteja pronto para tomar essa decisão o acompanhamento com o profissional precisa começar o quanto antes, para quando chegar a hora, ele estar pronto.