
Setembro é sempre um mês esperado. É quando o inverno sai de cena e entra a primavera cheia de vida e cor. As flores florescem, os animais saem das suas tocas, a vida muda. As pessoas ficam mais alegres e felizes com a chegada do sol e do calor. É nesse mês também que tem o Setembro Amarelo, que abre espaço para a importância da vida e sobre a conscientização e prevenção ao suicídio.
Todo mundo tem dias ruins, às vezes horríveis. A diferença é que algumas pessoas não conseguem sair deles sozinhas e precisam da ajuda de profissionais. Pensando nisso, hoje, trazemos à discussão a química do cérebro, a busca pelos pensamentos positivos. Mas como isso funciona?
Quando nos deparamos com algum evento ‘novo’, desafiador e inesperado em qualquer momento do nosso dia, o cérebro reage quimicamente com um hormônio, o Cortisol, que é liberado devido ao ‘desconforto’. “A primeira reação, chamada ‘ancestral’ é de ‘luta ou fuga’, ou seja, trazemos à tona os nossos comportamentos de sobrevivência. Essa química é liberada, mas, gradativamente, volta a níveis normais e a vida segue”, explica Karla Beatriz Zippel, neuroeducadora parceira da Humana Mundi.
Infelizmente, vivemos tempos de excesso de estímulos, como, por exemplo, Augusto Cury cita aqueles “produzidos pela imprensa (a mídia), pela ciência, pela educação, pelo trânsito de informações e preocupações nas relações sociais. Isto gera uma hiperexcitação da leitura da memória que produz uma hiperaceleração dos pensamentos, que, por sua vez, uma hiperexcitação da energia emocional, fechando o ciclo da Síndrome do Pensamento Acelerado”.
Na visão de Zippel, isso significa que se não buscarmos ferramentas para lidar com esse excesso, podemos entrar num processo chamado: estresse tóxico, que seria a produção constante do cortisol e a dificuldade de retornarmos ao estado químico neutro do cérebro. “Aliado a isso, outro fenômeno está relacionado aos pensamentos negativos descontrolados sobre o passado, que geram depressão, e sobre o futuro, a ansiedade”, relata.
A ciência nos presenteia com o chamado Quarteto da Felicidade. Trata-se de quatro Neurotransmissores (Serotonina, Dopamina, Endorfina e Ocitocina) que garantem um suporte eficiente para reequilibrar mais rapidamente o processo de estresse. Para Zippel, quanto mais compreendemos em nós quais atividades estimulam essa “Química do Bem”, menos o nosso cérebro se ‘contamina’ com a Química do estresse.
Existe a possibilidade, de acordo com Zippel, quando estamos conscientes deste processo, encurtar esse momento. “A melhor dica é: respire. Parece pouco, mas a ciência já comprovou que oxigenar o cérebro, imediatamente ao evento que produziu o cortisol, faz a química voltar a níveis normais. Além disso, intercalar as ‘atividades estressantes’ por prazerosas, que ajuda a equilibrar o processo quimicamente, ouvir uma música, cozinhar (caso gostemos), ler um livro, realizar atividades físicas ou uma simples caminhada, bem como conversar com alguém que amamos. Qualquer desvio de foco é suficiente para treinarmos o cérebro para buscar uma outra forma de reagirmos aos desafios do dia a dia”, finaliza.