Que a família tem grande influência na nossa vida não temos a menor dúvida. Seja de forma positiva ou negativa, os relacionamentos familiares podem acompanhar os seres humanos em todas as fases do seu crescimento. Questões mal resolvidas podem, inclusive, atravessar gerações.
Para romper esse ciclo, um dos métodos de terapia mais utilizados no mundo todo é a Constelação Familiar. Segundo Luciana Vanzo, sócia proprietária da Humana Mundi, ela busca resolver conflitos familiares que perduram anos e anos. “A dinâmica pode ser feita em grupo ou individualmente. Durante a sessão são recriados momentos que envolvem os sentimentos e sensações que o paciente constelado sente e viveu com a sua família”, diz.
Criada pelo teólogo, filósofo e pesquisador alemão Bert Hellinger, a Constelação Familiar envolve as energias dos familiares envolvidos, o inconsciente e os sentimentos subjetivos. “Momentos da sua vida que precisam ser trazidos à tona para serem curados. Na prática são recriadas cenas que envolvem o constelado e a sua família, todos participam. Já quando a sessão é individual podem ser utilizados esculturas de bonecos e outros recursos que são utilizados para representar os demais membros”, explica Vanzo.
É um método baseado na vivência e experiência dos envolvidos. De acordo com ela, as principais questões relacionadas à constelação familiar envolvem relacionamentos com o pai e a mãe. “Os problemas mais comuns nos constelados são aqueles relacionados ao dinheiro e as relações amorosas. Como exemplo podemos citar, aceitação, conflitos durante a adolescência, dificuldade no emprego e no meio profissional e tantas outras”, ressalta.
Durante o processo, muitas pessoas conseguem identificar que estão repetindo padrões vivenciados pelos seus antepassados. “Mas o resultado da Constelação Familiar depende muito do quanto a pessoa está aberta para passar por essa transformação. A Constelação Familiar se baseia em três conceitos conhecidos como Leis do Amor: Lei do pertencimento, Lei da Ordem ou Hierarquia e Lei do equilíbrio”, salienta Vanzo.
A Constelação Familiar é uma prática integrativa complementar das chamadas PICs desde 2018 no Brasil, quando o Ministério da Saúde a incluiu no Sistema Único de Saúde (SUS), como parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). Além disso, nos últimos anos, promotores, advogados e juízes têm aderido à constelação familiar como uma forma prática de estimular a resolução de casos. De acordo com o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), mais de 16 estados e o Distrito Federal estão aplicando o método em processos na Vara de Família e em casos de violência doméstica.